O que acontece quando o monstro mais poderoso do universo se torna o último ser vivo da Terra?
Não espere uma resposta cheia de ação ou destruição. Porque essa história é sobre silêncio, perda e uma solidão que nem mesmo o Hulk consegue esmagar.
Em “Incredible Hulk: The End”, vemos um Bruce Banner velho, exausto e pronto para descansar de vez. O mundo acabou. As pessoas se foram. Só restou ele — e o Hulk. E esse é o verdadeiro conflito aqui: não é contra um vilão. É contra ele mesmo.
A imortalidade tem um preço
Sempre ouvimos que os heróis morrem jovens. Mas e se não morrerem?
Bruce sobreviveu. Viu o mundo ser consumido por bombas, viu a humanidade se destruir. E mesmo assim, ele seguiu caminhando. Pela Terra, pela América, pelo deserto.
Ele absorve radiação como se fosse ar. Seu corpo continua… mas sua alma está em ruínas.
Ele quer morrer. De verdade. Mas o Hulk não deixa. O Hulk nunca deixa. Porque, pra ele, viver é um instinto, não uma escolha.
Bruce é a memória. Hulk é o instinto.
Essa história escancara o verdadeiro embate que sempre existiu: não Hulk contra o mundo, mas Hulk contra Banner.
Bruce lembra. Ele sente saudade. De amigos, de amor, até de sons comuns que sumiram do mundo — buzinas, vozes, risadas.
Hulk, por outro lado, não precisa de lembranças. Não quer paz, não quer laços. Quer viver. E quando Bruce finalmente some dentro da mente, Hulk percebe que está sozinho. E não gosta disso.

Ser o mais forte é o mesmo que ser o último?
Hulk venceu. Está vivo. Mas a que custo?
Ele não entende o que sente, mas sente falta de Bruce. Ele diz que está feliz, mas sente frio. Hulk é o mais forte que existe… mas ser o único que existe não parece uma vitória. Parece uma sentença.
É impossível não lembrar do mito de Prometeu — o titã que foi condenado a regenerar-se eternamente enquanto era punido.
Hulk é um Prometeu moderno: nasceu da radiação, sobreviveu ao fim, e agora carrega a eternidade como se fosse uma maldição.

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